PANORAMA LITERÁRIO - BRASIL

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QUINHENTISMO
Momento sociocultural

ü       É o momento das grandes navegações e descobertas: em busca de riquezas, as nações europeias enviavam expedições marítimas, que as põem em contato com outras culturas. Portugal é uma das principais potências marítimas e possui colônias ou relações comerciais na América, Ásia e África.

ü       Dois objetivos distintos (e até contraditórios) guiam as navegações portuguesas: a expansão do cristianismo e de enriquecimento.

Características literárias

ü       A literatura produzida no Brasil do século XVI não possui traços próprios. Apenas descreve as características do território recém-descoberto. É uma literatura sobre o Brasil e não uma literatura do Brasil.

ü       Destacamos a literatura informativa – descrição das terras brasileiras, em tom de deslumbramento, e a literatura jesuítica – obras que exaltam a fé cristã, visando a conversão dos índios.

Autores e obras

ü       Pero Vaz de Caminha: Autor da Carta, documento de inestimável importância por ser a primeira descrição do Brasil.
ü       Padre Manuel da Nóbrega: importante figura do início da colonização e da catequese dos índios; escreveu Cartas do Brasil e Diálogo sobre a Conversão do Gentio (1557).
ü       José de Anchieta: principal humanista clássico do Brasil. Escreveu poemas religiosos que exaltavam a colonização e a primeira gramática do tupi. Obras: Na Festa de São Lourenço (1583). Arte de Gramática da Língua mais usada na Costa do Brasil (1595).


BARROCO

Momento sociocultural

ü      A Contra-Reforma, movimento da Igreja católica contra o protestantismo tem grande influência sobre o pensamento barroco, sendo uma das causas da dualidade da época.

ü      O barroco procurou conciliar o homem e o divino, o sagrado e o profano, o medieval e o renascentista. Daí a profunda angústia do pensamento da época.

ü      O Domínio espanhol sobre Portugal (1580-1640) impulsionou a influência do barroco sobre Portugal e Brasil, pois a Espanha foi o primeiro país cultor da estética barroca.

Características literárias

ü      A característica  maior do Barroco é a contradição. Expressa a dualidade de um homem que oscila entre fé e prazer, celestial e terreno.
ü      A literatura  barroca é rebuscada, baseada em uso abusivo de antíteses, figuras de linguagem, inversões sintáticas e exageros, tornando-se por vezes obscuras.
ü      Duas tendências dominam o barroco: o cultismo (culto à forma perfeita e ao jogo de palavras) e o conceptismo (jogo de ideias e argumentos).

Autores e obras

ü     Bento Teixeira:  autor da obra inaugural do barroco brasileiro, Prosopopeia (1601), poema épico com forte influência de Camões.
ü     Gregório de Matos: principal nome do barroco brasileiro e até hoje objeto de polêmica. Deixou obra lírica, satírica e religiosa, reunida em livro somente após sua morte.
ü      Padre Antonio Vieira: maior orador e escritor sacro da língua portuguesa, deixou magnífica obra, em que se destacam os Sermões (1679-1718, l5 volumes), Histórias do Futuro (1718) etc.
                                                 ARCADISMO

Momento sociocultural

ü      O centro socioeconômico da colônia desloca-se do Nordeste para o Centro-Sul, devido à descoberta de ouro e diamantes em Minas Gerais.
ü      Ocorre um surto de urbanização em Minas Gerais e Rio de Janeiro (que se torna a Capital da colônia) e aumenta o número de intelectuais.
ü      Influenciada pelas ideias iluministas e pela Revolução Francesa, ocorre a Inconfidência Mineira, rebelião que intentava a independência do Brasil.


Características literárias
ü      O Arcadismo opõe-se ao Barroco, procura eliminar da arte os excessos praticados pela literatura barroca. Esse objetivo produziu uma arte simples, sem exageros formais, que pretendia retratar a  natureza de modo direto. Outra marca do Arcadismo  é o bucolismo (exaltação da vida no campo, idealizada como tranquila e feliz.).
ü      Uso da mitologia clássica e dos princípios renascentistas: racionalismo, equilíbrio, clareza.

Autores e obras
ü       Cláudio Manuel da Costa:  participante da Inconfidência Mineira, deixou Obras Poéticas (1768) e o épico Vila Rica (1839).
ü       Tomas Antonio Gonzaga: outro poeta que participou da Inconfidência. Deixou obra muito influente, onde os destaques são Cartas Chilenas (reunidas entre 1845 – 1863) e Marília de Dirceu (1792).
 
ü       Basílio de Gama: escreveu O Uruguai (1769), poema épico que critica a ação dos jesuítas e enaltece o Marquês de Pombal.



ROMANTISMO
Momento sociocultural

ü        Recém- independente, o Brasil procura afirmar sua individualidade como nação; busca o reconhecimento perante outras nações.
ü        Ascensão da burguesia e de seus valores: liberdade individual e liberalismo. Porém, logo surge insatisfação com o cotidiano da vida burguesa, o que gera um sentimento de tédio e desencanto com o mundo, expressos pela arte romântica.
Características literárias
ü        Negação dos valores pregados pelo arcadismo: a arte deve ser subjetiva, emotiva, sua força deve estar no conteúdo: o artista expõe seu mundo interior.
ü        O culto à forma é rejeitado. Em nome da liberdade de expressão o artista dispõe da forma como bem entende.
ü        Os temas principais do Romantismo (introversão, tédio, nacionalismo, amor, morte) são tratados de forma sentimental e imaginativa.

ü        São apontadas três gerações de escritores românticos:

1.    Primeira geração: nacionalista, indianista e religiosa. Os poetas que se destacam são: Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.

2.    Segunda geração: é um período marcado pelo mal do século, apresenta egocentrismo irritado, pessimismo, satanismo e atração pela morte. Os poetas que se destacam são: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire.



3.    Terceira geração: esse período desenvolve uma poesia com caráter político e social, é formada pelo grupo condoreiro. O maior representante dessa fase é Castro Alves.
Autores e obras
ü        Gonçalves Dias: considerado o primeiro poeta genuinamente nacional, deixou obra vasta, destacando-se Primeiros Cantos (1847), Os Timbiras (1857), Últimos Cantos (1851).
ü        Álvares de Azevedo: maior nome da Geração Mal-do-Século. Escreveu Lira dos Vinte Anos (1853), Noite na Taverna (1855), Macário (1855).
ü        Castro Alves: expoente da Geração Candoeira, denunciou a escravidão, defendeu a liberdade e exaltou a mulher. Deixou Espumas Flutuantes (1870), A Cachoeira de Paulo Afonso (1876).
ü        José de Alencar: defensor de uma literatura realmente brasileira, que aliasse consciência nacional ao rigor estético. De sua vasta e influente obra, destacamos O Guarani (1867), Cinco Minutos (1860), As Minas de Prata (1862), Lucíola (1862),  Iracema (1865), O Gaúcho (1870), A Pata da Gazela (1870), O Tronco do Ipê (1871), Sonhos D’Ouro(1872), Til (1872) Ubirajara (1874), Senhora (1875) O sertanejo (1875), peças teatrais, além de crônicas, ensaios, biografia e doutrina política.           

ü        Manoel Antonio de Almeida: deixou Memórias de um Sargento de Milícias (1855), importante retrato do Rio de Janeiro do período joanino.


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REALISMO-NATURALISMO
Momento sociocultural

ü       O Segundo Reinado está em crise: a Guerra do Paraguai (que custou muitas vidas e dinheiro ao país) e a – cada vez mais intensa –  campanha abolicionista desgastam o governo de D. Pedro II, que perde continuamente o apoio dos grandes proprietários rurais.

ü       O eixo econômico e de poder desloca-se para o Sul, devido à decadência da economia açucareira e à expansão da lavoura de café.


ü       Os meios intelectualizados do país sofrem influência das teorias cientificistas, como o positivismo, o evolucionismo e o determinismo.


Características literárias

ü       As principais características do Realismo são: objetividade, racionalismo, texto cuidadoso e objetivo, engajamento (a arte quer modificar uma realidade injusta), crítica aos valores religiosos e burgueses e ao monarquismo.
ü       O retrato que os realistas fazem da sociedade é objetivo e implacável. Realizam análise psicológica dos personagens, por vezes muito profunda.
ü       Os autores naturalistas levam os princípios realistas ao extremo. Sua abordagem do homem e da sociedade pode ser chamada de biológica: mostram o ser humano condicionado por patologias, taras e impulsos biológicos, além de conduzido pelo papel que a sociedade lhe dá.

Autores e obras

ü       Machado de Assis: (um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras) é considerado o maior escritor da literatura brasileira; sua obra estuda a condição humana com muita profundidade. Escreveu  Helena (1876), Iaiá Garcia (1878), Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908), além de mais de duzentos contos.
ü       Raul Pompéia: autor crítico, que denunciou as instituições superadas do Império. Sua obra mais importante é o romance O Ateneu (1888) baseado em sua experiência em colégio interno.
ü       Aluísio Azevedo: introdutor e principal nome do Naturalismo no Brasil. Escreveu O Mulato (1881), Casa de Pensão (1884), O Cortiço (1890).



PARNASIANISMO
O Parnasianismo, estilo poético praticamente inexistente em Portugal e que se tornou bastante expressivo no Brasil.
Características Literárias.
ü     O Parnasianismo e a expressão do realismo no plano da poesia, com uma produção objetiva, direta, que nomeia os objetos e seres sem exageros sentimentais. Assim, muitas das características realistas são aplicadas ao Parnasianismo.
ü     O Parnasianismo brasileiro, a despeito da grande influência que recebeu do Parnasianismo francês, não é uma exata reprodução dele, pois não obedece à mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas.
ü     Foge do sentimentalismo romântico, mas não exclui o subjetivismo.
ü      Sua preferência dominante é pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas ricas, e pelas formas fixas, em especial o soneto.
ü      Quanto ao assunto, caracteriza-se pela objetividade, o universalismo e o esteticismo. Este último exige uma forma perfeita (formalismo) quanto à construção e à sintaxe.
ü      Os poetas parnasianos veem o homem preso à matéria, sem possibilidade de libertar-se do determinismo, e tendem então para o pessimismo ou para o sensualismo.
Autores e Obras
ü     Além de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, que configuraram a chamada tríade parnasiana, o movimento teve outros grandes poetas no Brasil, como Vicente de Carvalho, Machado de Assis, Luís Delfino, Bernardino Lopes, Francisca Júlia, Guimarães Passos, Carlos Magalhães de Azeredo, Goulart de Andrade, Artur Azevedo, Adelino Fontoura, Emílio de Meneses, Antônio Augusto de Lima, Luís Murat e Mário de Lima.
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SIMBOLISMO
Momento sociocultural

ü     O fim do século XIX é de profundo pessimismo e desânimo. A civilização industrial produz desencanto e vazio; vazio este que leva o homem a procurar o espiritual e o absoluto.

Características literárias

ü     Essa ânsia pelo absoluto leva os simbolistas a tentarem unificar matéria e espírito por meio de uma arte que é pura sugestão, fluidez e musicalidade, negando a poesia fria dos parnasianos.
ü     Para os simbolistas a poesia deve expressar os mistérios da alma e da vida, mas sem nomear esses mistérios. Deve sugeri-los, utilizando o som e o símbolo.
ü     Em suma, a poesia simbolista é mistério e imprecisão.

Autores e Obras

ü     Cruz e Sousa (1861 – 1898) : o mais importante simbolista brasileiro (e um dos maiores do mundo). Escreveu Missal (1893), Broquéis (1893), Faróis (1900), Últimos Sonetos (1905).
ü     Alphonsus de Guimarães (1870 – 1921): autor de obra mística e que idealiza a amada morta. Deixou Setenário das Dores de Nossa Senhora (1889), Kiriale(1902),  A Escada de Jacó (1838).

ü     Augusto dos Anjos (1884 – 1914): sua poesia é marcada por um tom pessimista e pela utilização de um vocabulário científico e uma linguagem agressiva. Oscila entre elementos parnasianos (apuro formal) e simbolistas (musicalidade) sendo poeta de difícil classificação estética e também considerado pré-modernista. Escreveu apenas duas obras: Eu (1912) e Eu e Outras Poesias (1919), porém de grande valor literário.
PRÉ-MODERNISMO
Momento Sociocultural

ü       Parte do Brasil se industrializa e se urbaniza rapidamente. Milhares de imigrantes europeus se estabelecem no país. Enquanto o Centro-Sul se moderniza, conflitos em regiões como Canudos expõem a miséria de grande parte do país.

Características Literárias

ü       Esse período é uma transição para o Modernismo e não possui os traços de uma escola literária. Vemos o início de tendências e temas que se firmam no Modernismo.
Autores e obras
ü       Euclides da Cunha (1866 – 1909): jornalista; escreveu Os Sertões (1902), obra prima que relata a guerra de Canudos.
ü       Lima Barreto (1881 – 1922): escritor simples e objetivo; denunciou os vícios e preconceitos da sociedade brasileira. Escreveu Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915), Clara dos Anjos (1948).
ü       Monteiro Lobato (1882 – 1948): denunciou muitos problemas nacionais em obras como Urupês (1918), Ideias de Jeca Tatu (1919), Cidades Mortas (1919), Negrinha (1920).

MODERNISMO
Momento sociocultural
ü       As máquinas e o ritmo acelerado da civilização industrial se incorporavam à paisagem brasileira.
ü       Problemas sociais antigos continuam sem solução, produzindo tensões e conflitos graves. Os meios intelectuais sentem que é preciso reformar o Brasil, mergulhado numa contradição grave: ao mesmo tempo em que se modernizava, mantinha uma organização social arcaica.
Características literárias
ü       Primeira Fase (1922 – 1930) é a de ruptura com o passado. Humor, uso do coloquial, primitivismo, vanguardas, tudo é válido para criar uma literatura em sintonia com os novos tempos.
ü       Segunda Fase (1930 – 1945) se estabelece o romance regionalista, que retrata certa região do país, e a prosa intimista, que estuda o homem urbano.
ü       Terceira Fase (1945 até a atualidade) nega algumas das características da Primeira Fase e retoma o uso cuidadoso e consciente da palavra. O número de correntes literárias e autores cresce significamente, o que torna difícil classificar essa fase.

Autores e Obras
ü       Mário de Andrade: deixou uma obra vasta e muito influente, cujos destaques são Paulicéia Desvairada (1922), Macunaíma (1928), Contos Novos (1946), Lira Paulistana (1946).
ü       Oswald de Andrade: Incorporou elementos das vanguardas europeias em seus poemas. Escreveu Memórias Sentimentais de João Miramar (1924), Paul Brasil (1925), Serafim Ponte Grande (1933), O Rei da Vela (1937).
ü       Manuel Bandeira: deixou obra lírica, precisa e simples, mas muito bem construída. Destacam-se Libertinagem (1930), Estrela da Manhã (1936), Itinerário de Pasárgada  (1954), Estrela da Vida Inteira (1966).
ü       Graciliano Ramos: expoente do romance regional e de análise psicológica. Principais obras: São Bernardo (1934), Angústia (1936), Vidas Secas (1938), Memórias do Cárcere (1953).
ü       Carlos Drummond de Andrade: considerado o maior poeta da literatura brasileira, deixou obra que expressa a angústia do homem contemporâneo. Destaques: Algumas Poesias (1930), Sentimento do Mundo (1940), A Rosa do Povo (1945), Claro Enigma (1951), Boitempo (1968).
ü       João Cabral de Melo Neto: um dos poetas brasileiros mais importantes; deixou obras sem exageros sentimentais, precisa e seca. Destaques: Pedra do Sono (1942), O Cão sem Plumas (1950), Morte e Vida Severina (1956), Museu de Tudo (1975).
ü       Clarice Lispector: autora de obra voltada ao intimismo e ao mergulho na psique dos personagens. Principais obras: A Cidade Sitiada (1949), A Paixão segundo G.H.(1964), Água Viva (1973), A Via-Crucis do Corpo (1974), A Hora da Estrela  (1977).
ü       Guimarães Rosa: usando o sertão mineiro como cenário, criou obra que investiga temas universais. Destaques: Sagarana (1946), Corpo de Baile (1956), Grande Sertão Veredas (1956), Tutaméia (Terceiras Estórias) (1967).






Referências Bibliográficas:
LEDO, Teresinha de Oliveira; MARTINS, Patrícia.  Manual de Literatura: literatura portuguesa/ literatura brasileira. São Paulo: DCL, 2001.